Padre José Eduardo: “Por trás da ideologia de gênero há um projeto de poder”

Entrevista publicada no site Sempre Família

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, tornou-se referência no que diz respeito à defesa da família em âmbito nacional. Embora religioso, em vários de seus debates públicos, ele deixa de lado argumentos bíblicos e opta por defender suas convicções, principalmente, a partir da filosofia, da história e do direito. É com base nessas e outras áreas do conhecimento humano que o sacerdote vem apontando, há anos, o perigo sorrateiro que a ideologia de gênero representa para o país, em especial quando aplicada à educação.

Em vários dos intensos debates sobre o assunto que movimentaram casas legislativas pelo país, ele foi presença frequente. Uma de suas participações mais relevantes se deu em setembro de 2015, quando foi um dos conferencistas convidados pela Comissão para Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília.

O Sempre Família conversou com o sacerdote sobre os motivos pelos quais as famílias devem se preocupar com a ideologia de gênero e o que elas podem fazer pela educação dos seus filhos.

Vários setores da sociedade, incluindo muitos grupos cristãos, travam uma luta bastante intensa contra a instauração da ideologia de gênero no âmbito judicial relativo à educação. Mesmo com diversas vitórias, será possível apenas com essa batalha judicial atingir resultados duradouros, sendo que no âmbito acadêmico a ideologia de gênero domina?

Não. Sem dúvida, precisamos entender que a verdadeira batalha é filosófica. É preciso entender a lógica interna dessa ideia para desconstruí-la por dentro, o que não é muito difícil, porque ela é flagrantemente ideológica. Hoje em dia fala-se em alguns meios que não existe uma “ideologia” de gênero. Há pessoas até que são, digamos, da mesma posição que a nossa, que evitam falar a palavra “ideologia” porque a consideram muito agressiva. No entanto, há uma ideologia, sim, e os textos dos próprios autores que a propõem são muito categóricos nesse sentido.

Afinal de contas, o que é uma ideologia? Uma ideologia é diferente da verdadeira filosofia. A filosofia enxerga toda a realidade através de princípios últimos; ela tem realmente princípios, que são verificáveis. A filosofia entende que esses princípios são a melhor expressão da realidade. Uma ideologia faz exatamente o contrário: ela concebe um ideal prático, e em nome desse ideal prático futuro, recalcula toda a realidade, mesmo passando por cima dos princípios, fazendo com que toda a realidade seja adulterada, forçada, arrombada. Então esse é o problema: o que a gente vê nos textos dos teóricos de gênero é que a perspectiva de gênero deve ser um pré-requisito metodológico normativo e um fim político. Ou seja, é um pré-requisito, você não está nem discutindo se aquilo é verdade ou não, mas já parte da ideia de que aquilo é a realidade e depois o transforma num fim político. Isso é que, de fato, é uma ideologia. Por isso não adianta só a batalha judicial. A gente tem que realmente, filosoficamente, despir essas ideias e mostrar o seu fundo ideológico, mostrar que na essência elas têm apenas uma coisa: vontade de poder.

É a essa vontade de poder que o senhor se referiu quando disse, em uma entrevista, que a pulverização da família tem por objetivo a criação de indivíduos soltos, facilmente manipuláveis?

Existem pessoas e grupos que querem criar um poder global baseado numa ética universal a ser imposta a toda a sociedade. Mas ela não pode ser imposta de um modo puramente político, porque como é que você vai governar o mundo? Não tem jeito. Então você cria um ambiente em que todas as pessoas se comportam do mesmo modo, cria um ethos coletivo – coletivista por definição – em que as pessoas vão se comportando do jeito que esses eventuais senhores do mundo querem. Mas com família não dá para fazer isso. Como é que você ensina para uma criança que tem pai, mãe, que está sendo educada dentro de casa, é cristã, que está recebendo os valores do Evangelho, etc., que ter filhos é uma coisa ruim, que o verdadeiro fim da vida humana é trabalhar, que você tem que produzir para o bem da coletividade geral, que não existe transcendência? Isso não cola, não pega. Então dentro dessa ciência sociológica, eles precisam suprimir a família e deixar a pessoa como indivíduo solto, que assim é muito facilmente manipulado e acaba aceitando qualquer coisa. É péssimo para a pessoa, mas é ótimo para os maus políticos, para os ditadores.

O direito à educação resulta em uma atribuição significativa de responsabilidades ao Estado, que detém nessa área amplos poderes de ação. Quais são as possibilidades de ação dos cristãos na proteção das crianças e adolescentes contra a ideologia de gênero nas escolas, visto que esta é apresentada justamente como uma abordagem pluralista, tolerante e antidiscriminatória?

A primeira coisa que todo mundo precisa entender é esta: a ideologia de gênero não está combatendo a discriminação. Não é essa a finalidade. Esse é o pacote, a embalagem, o outdoor que ela utiliza para ir adiante. Mas na verdade ela é uma teoria sobre a identidade humana, cuja essência consiste em dizer que ninguém é alguém, e ponto final. Esse é o núcleo da ideologia de gênero.

Em segundo lugar, uma vez que todos entendam que não há efetivamente uma intencionalidade de desconstruir preconceitos, então é necessário entender que nós podemos influenciar a educação. A família é o lugar da educação. A família educa; a escola apenas escolariza. Quem educa é o pai, a mãe, os irmãos, a família, o ambiente familiar, o avô, a avó, o tio, a tia, todo mundo que está dentro da casa. E por um motivo filosoficamente muito simples, ao qual o próprio Hegel de algum modo deu relevo na Fenomenologia do Espírito, onde ele diz não entender por que as pessoas gostam tanto da família, em vez de gostar do Estado, que é o lugar onde a razão se manifesta em toda a sua exuberância, em toda a sua perfeição. E ele diz: no fundo, é porque no Estado o indivíduo é um número, mas na família o indivíduo é alguém, é amado por si mesmo. Ele, porém, considera isso um atraso, algo primitivo, algo atávico demais. No fundo, Hegel está falando uma grande verdade, ou seja, a família educa porque ali você é alguém, você é um filho, é um irmão, é insubstituível. Ali, as pessoas amam você, lhe ensinam a virtude por amor, você se torna alguém por amor. Na escola, não: ali você é um número.

Se você morrer no meio do ano letivo, vão pular seu número na chamada: “27, …, 29”, porque o 28 morreu. Mas no próximo ano vai ter outro 28 no seu lugar, porque você simplesmente deixou de existir. Você não é alguém para a escola. Entender isso é fundamental, porque a possibilidade de educar para ser humano – a educação do ponto de vista humano – está necessariamente atrelada à família. Existem, portanto, níveis em que a família pode influenciar a escola, níveis que parecem ser crescentes.

Em um primeiro nível, estão as famílias que preferem adotar o homeschooling, educar o filho em casa, que é um direito constitucional, que não pode ser negado por ninguém. Depois, as famílias que decidem fazer colégios para os seus filhos: uma associação de famílias cria uma escola que educa seus filhos de acordo com os valores das próprias famílias. Em terceiro lugar, as escolas particulares, que vêm da iniciativa privada e não necessariamente das famílias: as famílias que pagam têm o direito de exigir que a escola ensine de acordo com os seus valores.

Os pais podem se articular, podem conversar juntos, participar mais da vida da escola. Por último, nas escolas públicas, pode acontecer o mesmo: os pais podem se articular, entender o que acontece na escola, influenciar os professores, falar sobre a ideologia de gênero. Em outras palavras, se estão querendo usar a educação como instrumento para destruir a família, temos que fazer o contrário: usar a família para destruir esse projeto maquiavélico de educação. Se fizermos isso, conseguimos virar o jogo.

A implantação do Sistema Nacional da Educação, prevista para este mês, pode ser algo danoso para a relação das famílias com as escolas?

A partir da necessidade desses grupos de acabar com a família e de tirar a educação das bases, se introduziu em 2009 na Constituição brasileira o conceito novo de um Sistema Nacional de Educação. Segundo a nossa interpretação, isso deveria ser entendido forçosamente como coordenação e colaboração com os demais sistemas de ensino, estaduais e municipais. Porém, esse conceito já foi colocado na Constituição na perspectiva de ser interpretado como um SUS da educação, ou seja, um sistema único em que a União determina o que a escola tem que ensinar. O primeiro passo foi a elaboração de uma base curricular comum, o que é um absurdo, porque a Lei de Diretrizes e Bases diz que se deve dar progressiva autonomia aos sistemas e às próprias escolas, por um motivo óbvio: quando estou na base, entendo quais são as necessidades daquelas crianças, ouço as suas famílias, percebo que educação precisa ser aplicada ali. Isso só pode acabar em desastre. Não há como a centralização da educação não ser desastrosa.

Dou como exemplo o que aconteceu no Japão, um exemplo que no Brasil eles não querem que seja conhecido. O Japão foi o primeiro a estabelecer bases curriculares comuns, com o fim de elevar o nível da educação, porque o país queria entrar no mercado internacional. O que aconteceu? Os filhos dos ricos tinham possibilidade de estudar, mas os filhos dos pobres não conseguiam dar conta e tinham que estudar em escolas alternativas, fazendo matérias particulares à parte, para poderem passar. E a garotada começou a ficar deprimida, a pensar em suicídio, a se matar. Há um fenômeno no Japão chamado hikikomori, jovens que ficam trancados dentro de casa, não saem nunca. O próprio Japão percebeu que aquela medida foi um suicídio educacional.

O Brasil quer trilhar os mesmos caminhos. Mas chegou a hora de a gente dizer não: nós queremos que nossas escolas tenham independência, que os sistemas possam se articular desde a base, sobretudo sofrendo a interferência direta das famílias dos alunos.

Confira algumas das participações do padre José Eduardo em casas legislativas pelo país:

Debate sobre identidade de gêneros na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (15/09/2014)

Audiência pública sobre Ideologia de Gênero na Câmara Municipal de Osasco-SP (18/08/2014)

Palestra sobre controle de natalidade em seminário promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados:

DIVORCIADOS RECASADOS E COMUNHÃO

Ante o intenso debate em torno da Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia (A Alegria do amor), do Papa Francisco, recém-publicada, especialmente com relação ao capítulo VIII que toca na questão dos divorciados recasados e da comunhão eucarística, elaboramos o presente artigo.

O Papa, na Amoris Laetitia (AL) reafirmou a doutrina da Igreja sobre a beleza e a dignidade do Matrimônio sem retocá-la em sua essência. Aliás, ninguém tem poder de retocar a fé ou a moral da Igreja, nem mesmo o Papa. Ele é o vigário (= representante) de Cristo e não o dono da Palavra de Deus que muito valoriza o Casamento (cf. AL n. 292; Mc 10,1-12; Lc 16,18; Mt 19,1-9; 5,32; 1Cor 7,10s).

Amoris Laetitia

Então o que disse Francisco que tanto alvoroço tem causado? – Disse, de modo especial, com base no Sínodo Ordinário dos Bispos (2015) e em São João Paulo II, na Familiaris Consortio (FC) n. 34 e n. 9, que a Lei é objetiva e clara em si mesma, mas há gradualidade na forma de pô-la em prática até chegar à perfeição. Nesse contexto, o Papa deseja, pastoralmente, maior integração e menos julgamento precipitado em relação àqueles que se divorciaram, mas vivem em segunda união.

Mais: há de se ver caso a caso, especialmente dentro de três grandes grupos distintos: 1) os que contraíram nova união há tempos e nela permanecem pelo bem dos filhos; 2) os que estão em nova união, porque julgam, em consciência, que a primeira foi inválida e 3) os que mal acabam de sair de uma união e já estão em outra (cf. AL, n. 298). Ante tais casos, os Bispos e Padres devem acolher e dar funções a esses casais na Igreja, não concedendo, porém, fáceis exceções, mas, ao contrário, salvaguardando, sempre, a fidelidade ao Evangelho (cf. AL n. 300-301;FC n. 84).

Contudo, o Santo Padre recorda, apoiado em São João Paulo II (cf. Reconciliatio et Paenitentia, n. 17), uma grande verdade da moral: o objetivo e o subjetivo. Sim, um fiel pode, do ponto de vista objetivo (da Lei), estar em pecado, mas, no aspecto subjetivo (pessoal), ter atenuantes (ignorância, violência, medo, afeições desordenadas, fatores psíquicos e sociais etc.) que amenizam ou mesmo retiram toda a culpabilidade de alguém sobre um ato, ainda que pecaminoso em si mesmo.

Desse modo, além da Lei objetiva e, às vezes, fria de escritório (cf. AL n. 312), é preciso ver também a pessoa em sua realidade concreta do dia a dia com o olhar da caridade de Cristo que, sem renegar os preciosos ensinamentos da Igreja, nos leva a entender o amor misericordioso de Deus para com todos. Daqui decorre o convite para que cada fiel divorciado e recasado busque seus pastores e seja por eles ouvido com carinho e serenidade a fim de encontrar uma luz em seu caminho (cf. idem).

Isso posto, resta-nos considerar dois pontos que têm servido de críticas ao Papa por dizer o que disse no capítulo VIII da Amoris Laetitia: o primeiro acusa o Pontífice de favorecer a “moral de situação”, condenada pela Igreja, e o segundo de promover o acesso de pecadores públicos (cf. cânon 915 do Código de Direito Canônico) aos sacramentos da Confissão e da Eucaristia.

Em resposta, notamos o seguinte: 1) a “moral de situação” é condenável na medida em que o ser humano aja, nas circunstâncias concretas, como alguém que menospreza as Leis de Deus. No entanto, a Igreja não rejeita, de modo algum, a situação concreta em que o ser humano se acha para agir. Se fizesse isso, seria desumana. Sem mudar os princípios morais ou legitimar atos maus em si mesmo, a moral leva em conta não só a Lei, mas também o sujeito a ela subordinado dentro da realidade por ele vivida. 2) A Igreja reconhece o acesso aos sacramentos da Confissão e da Eucaristia aos divorciados recasados no caso de viverem sob o mesmo teto como irmão e irmã, especialmente pelo bem dos filhos, abstendo-se de relações sexuais (ainda que com recaídas). Aqui não há nenhuma novidade, pois eles não são pecadores públicos (cf. Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, Declaração acerca da admissibilidade à Sagrada Comunhão dos divorciados que voltaram a se casar, 24-5-2000, n. 2).

Eis o que, de momento, nos cabia dizer sobre a Amoris Laetitia.

Vanderlei de Lima é filósofo e certificado em Teologia Moral pela Mater Ecclesiae (Arquidiocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro, RJ).

Fonte: Refletindo 7

Estou grávida de mais dois bebês e, depois dessa gestação meu útero continuará da forma que Deus o fez

Na atual época em que vivemos e até em muitas famílias católicas, vemos um estranho receio quando o assunto é mais de um filho ou dois. Porém, mesmo diante de tanto fechamento a vida encontramos famílias que se colocam sob à providência de Deus que não nos deixa só.

Vanuza e Osmar

A Vanuza é uma dessas mães que se alegram com a graça da maternidade, ela nos conta um pouco respondendo-nos algumas perguntas como é, ser mãe de duas meninas lindas e agora está esperando mais dois bebês (gêmeos). É realmente uma graça que vai muito além das dores e dos sacrifícios diz ela.

Confira as perguntas que fiz a ela:

Blog: Qual o sentimento que você tem em está grávida de mais dois bebês?

VanuzaSinceramente, tenho consciência da grande oferta que é estar grávida, mas em meu coração a alegria supera todas as renúncias e lutas que possam existir.

Blog: Você já tem duas filhas e, agora mais dois. Não é um peso?

Vanuza: Existe no coração com certeza a preocupação de dar o melhor a elas, no sentido de educar, de leva-las para Deus. Mas jamais senti suas vidas como um fardo. Me trazem grande alegria, também me dedicam amor.

Blog: Já são quatro filhos, você pensa em fazer ligação após essa gravidez?

Vanuza: Kkkkk ligar só se for do celular. Graças ao meu bom Deus, meus filhos foram desejados e planejados, nenhum foi surpresa, aliás os gêmeos que espero agora foram pura manifestação do amor de Deus, pois não temos histórico na família… mesmo assim meu ventre continuará com Deus o fez: intacto. Confio nos planos de Deus e estou disponível.

Blog: Você falou que todos os seus filhos foram desejados e, o que você diz para aquelas moças que tem seus filhos gerados de forma indesejada. E portanto, querem aborta-los?

Vanuza: Eu acredito primeiro que se não tem no coração a menor intenção de ser mãe, não faça por onde isso acontecer. Eu diria para estas pessoas que não abortem, que filhos são bênçãos, trazem muita alegria, que mesmo nos fazendo ofertar tantas coisas, nos enchem de carinho também. Se o filho tiver um lar estruturado ou o mínimo de amor e acolhimento, este só trará alegria. Tudo isso contando sempre com o auxílio de Deus.

Blog: São João Paulo II nos diz que uma família numerosa é uma graça. Você comprova isso na sua vida hoje?

Vanuza: Sim sim, demais! Todos nós, eu, meu esposo e minha filha mais velha, porque a pequena ainda não entende, esperamos com muita alegria a chegada de mais esses dois. Até perdemos tempo imaginando como vamos brincar dentro de casa quando essa dupla chegar.

Ela diz ainda: Casei com 23 anos, estou casada a quase 12 anos, hoje é discípula junto com seu esposo Osmar da Comunidade Católica Shalom e como a maternidade à amadureceu, me fez crescer como mulher, como ser humano, como me ensinou a amar, a me doar com alegria e a superar todas as dores que essa vocação exige. Sou muito feliz! Meus filhos se chamam Clarice 9 anos, Anelise 1 ano e 3 meses, Álvaro Miguel e Maria Clara que estão pra nascer. Shalom!

Por Iury Nascimento

Evento debate questões de Família e Ideologia de Gênero

I Congresso Internacional de Estudos sobre Família e o I Simpósio Brasileiro sobre Gênero e EducaçãoA Rede Século 21 recebeu, no dia de Abril 17, conferencistas nacionais e internacionais para falar sobre o tema Família, Educação e Ideologia de Gênero. O programa Louvemos o Senhor acolheu o I Congresso Internacional de Estudos sobre Família e o I Simpósio Brasileiro sobre Gênero e Educação. O evento foi realizado pela Rede de Defesa da Família em parceria com a Rede Século 21.

O programa Louvemos o Senhor começou com a Adoração ao Santíssimo Sacramento, com Pe. Eduardo Dougherty, sj, e Irmã Luiza. Após o momento de oração, o apresentador, Pe. Adilson Ulprist, acolheu as caravanas e os pregadores do dia. O público, com caderno e caneta em mãos, anotou todas as informações compartilhadas pelos pregadores.

PERGUNTAS DOS INTERNAUTAS

A partir das perguntas dos internautas que acompanharam o programa pelo Portal da Rede Século 21, o www.rs21.com.br, e pelas redes sociais, três vídeos foram gravados para as seguintes perguntas:

O que é a Ideologia de Gênero? – Resposta do professor Felipe Nery;

Como a Ideologia de Gênero está sendo implementada? – Resposta da professora Fernanda Fernandes;

A Igreja é contra a Ideologia de Gênero?– Resposta do Padre Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva.

PREGAÇÕES

O I Congresso Internacional de Estudos sobre Família e o I Simpósio Brasileiro sobre Gênero e Educação contou com os seguintes pregadores e temas:

Monsenhor Juan Claudio Sanahuja: “Igreja e Família”;

Prof. Felipe Nery: “Família – Santuário da Vida”;

Jesus Trillo Figueroa: “O impacto da Ideologia de Gênero na Espanha”;

Fernanda Fernandes Takitani: “ONU e a Implantação da Ideologia de Gênero”;

Padre Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva: “Caindo no Conto do Gênero” – Parte 1 e Parte 2.

Fonte: Rede de Defesa da Família

A ARTE DE EDUCAR AS CRIANÇAS DE HOJE – INTRODUÇÃO

Educando os filhos

Pe. G. COURTOIS
A ARTE DE EDUCAR AS CRIANÇAS DE HOJE
TRADUÇÃO DE
W. L.
Título do original francês
L’ART D’ÉLEVER LES ENFANTS D’AUJOURD’HUI
INTRODUÇÃO

Este livro não é pretensioso. Não é tratado erudito. Não é teste de psicologia. Não é dissertação de pesquisa científica. Vejo daqui o ar de pouco caso de alguns amigos que frequentam assiduamente os laboratórios de psicologia experimental e os círculos herméticos em que iniciados elaboram as conclusões possíveis de um teste de Rorschach ou de Murray…

Os trabalhos desses amigos possuem o maior interesse e longe de mim o pensamento de lhes desprezar a ciência. Algumas destas páginas muito lhes devem.

Mas este livrinho deve mais ainda à observação do comportamento dos pais relativamente aos filhos, à verificação de múltiplos erros de que os filhos, e também os pais, são vítimas frequentes.

Este livro se apresenta, pois, sob a forma de pequenos conselhos, cujo mérito outro não é senão o de terem sido experimentados positiva e negativamente por numerosas famílias pertencentes aos mais diversos meios.

Há, felizmente, pais que possuem intuição admirável do que é preciso ser e do que é preciso fazer “para ter êxito com os filhos”. Muitos, entretanto, não têm esse dom inato, e se satisfazem com um empirismo elementar que amiúde culmina no desânimo e na abdicação da autoridade. Há, ainda, os que nem sequer pensam no problema e, durante um dia inteiro, praticam a contra educação sem que mesmo disso se apercebam.

A educação é arte difícil e delicada, feita um pouco de ciência e de experiência, de muito bom-senso e, sobretudo, de muito amor.

Este livro não é simples coletânea de receitas como o de que vos servis, minha Senhora, para cozinhar um bom prato de domingo; nem código como o de que vos utilizais, meu caro Senhor, para conhecer vossos direitos e deveres em face da lei.

Este livro não é para ser lido de um só fôlego como um romance. Sua apresentação em frases soltas visou a facilitar-lhe a meditação. Abri-o ao acaso e encontrareis quase sempre um pensamento que vos obrigará a aprofundar um problema que até então apenas aflorastes.

“A arte de educar as crianças de hoje!” Muitas máximas e conselhos valem para todos os tempos. Mas, é preciso reconhecer que a criança atual está, mais do que noutras épocas, marcada por um contato prematuro com as realidades menos belas do mundo que a cerca. Cartazes, cinema, rádio, televisão, “slogans” publicitários, exemplos da rua e dos jardim públicos, ilustrados com violentas cores, se imprimem na sua alma.

Sua curiosidade se embota, sua confiança se perturba, seu espírito de independência se manifesta de maneira anárquica, os valores capitais traduzidos pelas palavras lealdade, autoridade, consciência, caridade, perdem a força, e chegam mesmo a se envilecer dolorosamente em muitos.

Mas, depende, precisamente, de educadores, e sobretudo de vós, pais, restaurar no espírito das crianças os valores capitais que essas velhas palavras exprimem. De vós igualmente depende guiar, através das evoluções aceleradas de um mundo frequentemente enlouquecido, o pequeno ser querido que, hoje como em todos os tempos, traz consigo tantas possibilidades, quer para o bem, quer para o mal.

A criança de hoje, como a de sempre, não continua a ser imensa esperança?

É por isso que, em vez de desencorajar, este livro é resolutamente otimista. Possa, ele ajudar a todos que o lerem no sentido de melhor educarem os filhos, e que ajude também a educar os pais; porque, segundo o conhecido pensamento de René Benjamin, o segredo da arte de educar consiste, antes de tudo, em elevar-se para que também se elevem os que estão sob os nossos cuidados.

Fonte: Blog A grande guerra

Francisco não quer que as pessoas se relacionem com a Igreja a partir de um “não”, mas de um “sim”

Temida por uns, aclamada por outros, surpreendente para todos. Descreveria assim as reações diante do mais esperado documento do papa Francisco, a exortação apostólica Amoris Laetitia.

Papa Francisco com as famílias

Depois de dois anos de um acalorado debate intra e extraeclesial, por ocasião dos dois Sínodos sobre a Família, o clima era de expectativa. Todos queriam saber como Francisco iria se posicionar, e as apostas corriam às soltas: uns, em ambientes, digamos, menos catequizados, juravam estar iminente uma revolução na Igreja, em que tudo se redefiniria; outros, ouvindo os brados dos primeiros, temiam que aquilo viesse a acontecer; mas quem conhecia bem o coração de Francisco – e, portanto, sabia de sua fidelidade inegociável à fé e de sua simultânea sensibilidade para com aqueles que dela se desviaram – permaneciam tranquilos.

Francisco se debruça sobre as feridas da família como o bom samaritano da parábola

Nem reforma, nem continuidade, e ambas as coisas ao mesmo tempo. Trata-se de mais uma daquelas sacadas geniais que só Francisco sabe ter. O papa Bergoglio, ao contrário do que muitos entendem, está propondo um dos maiores empreendimentos pastorais de todos os tempos, e sem romper com o ensino dos papas anteriores – antes, garantindo que o mesmo seja bem sucedido.

De fato, São João Paulo II e Bento XVI levantaram a bandeira da defesa da lei natural, com todas as exigências éticas de que está imbuída, sobretudo o respeito incondicional à vida humana desde a concepção até a morte e a conservação da família natural. Definiram solidamente esta posição, e com argumentos racionais apreciados por filósofos de altíssima envergadura. Em suma, deixaram as controvérsias resolvidas. O debate intelectual estava ganho!

Mas como transferir as ideias para a vida? Como libertar a verdade dos estreitos cubículos de um debate intelectual? O bem deve prevalecer não apenas nas discussões, mas, acima de tudo, na história. E é aqui que entra sutilmente nosso Francisco. Não se trata de vencer, mas de convencer, e pela força da verdade e do amor. Esta é a sua metodologia.

Em um mundo em que há tanta gente depreciando a importância da família, considerando-a uma instituição fracassada, arcaica, irrecuperável, e tudo isso por causa de suas feridas, Francisco se debruça sobre elas como o bom samaritano da parábola, enfaixando-as e mostrando que ainda é possível ser família, e que este é o melhor caminho para sermos felizes.

Em Amoris Laetitia, ele se ocupa a maior parte do tempo em conversar com seus leitores, levando-os suavemente a uma conversão interior. Retoma muitas ideias maravilhosas da tradição da Igreja, mas traduzindo-as em atitudes concretas, em gestos de amor.

É lógico que enfrenta os problemas. Mas, reafirmando vigorosamente a doutrina das Sagradas Escrituras, imposta seu discurso com a cadência da misericórdia divina. Ele não quer que as pessoas se relacionem com a Igreja a partir de um “não” – “não posso comungar”, “não posso me confessar” –, mas de um “sim”: “Deus me ama”, “a Igreja me acolhe”, “eu sou filho de Deus”.

Aos divorciados recasados, Francisco abre as portas da esperança. Mantendo as ressalvas de que os sacramentos só lhes podem ser oferecidos caso assumam o propósito de viverem a abstinência sexual, como afirmara João Paulo II na exortação Familiaris Consortio, ele os estimula a procurarem seus pastores e a abrir-lhes o coração. Há problemas criados ao longo de décadas, e não se podem resolver de imediato. Exatamente por isso, as palavras chaves na pastoral de Amoris Laetitia são “acompanhamento”, “discernimento” e “integração”.

Os princípios estão claros. Francisco não inventa nada, nem nos dá respostas prontas. Agora, trata-se de ir à procura das ovelhas e sair da própria zona de conforto!

José Eduardo de Oliveira e Silva, padre da diocese de Osasco (SP), é doutor em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma).

Fonte: Gazeta do Povo

A ESPIRITUALIDADE DE MARIA NA DEFESA DA VIDA – Prof. Hermes Rodrigues Nery

Prosseguimos no bom combate em defesa da vida e da família, com “um solene compromisso com a cultura da vida”, como destacou o Pe. Ethewaldo Naufal L. Júnior, para que a vida seja respeitada, salvaguardada e cultivada, cultivada e vivida com intensidade, a partir dos critérios do Evangelho, em suas possibilidades edificantes. Estamos aqui – e fomos todos convocados (Igreja quer dizer convocação) para afirmar ao Brasil e ao mundo o “sim” à vida, um “sim” que traz exigências, que requer de nós, o melhor que somos e o melhor que temos, um “sim” que nos leva a um posicionamento e a tomadas de decisão (não dá para servir a dois senhores). O “sim” que nos leva a escolher entre dois caminhos: o que conduz à morte ou o que nos leva à vida. “A Igreja luta pelo ser humano” , daí que o “sim” à vida nos faz elevarmos o nosso olhar para a dimensão última da nossa existência, do sentido de estarmos aqui (do porquê e do para quê), para onde estamos destinados a viver e em que medida o nosso ser e o nosso fazer definem a vida escolhida por nós para vivermos na eternidade, pois começamos aqui a edificar o que seremos na eternidade.

Dessa forma, a imagem da Anunciação revela muito do sentido da nossa esperança, enquanto cristãos (Spe Salvi) e nos mostra claramente a atitude que devemos tomar diante da decisão fundamental da nossa vida: aderir ou não ao Plano de Deus – que governa a história.

Sagrada Família

“Maria, ainda que prevista e profetizada ao longo dos séculos desde o paraíso terrestre, se torna realidade operante e eficiente a partir do momento em que dá o seu consentimento expresso para o evento salvífico da Anunciação”.[1]

O anjo Gabriel anunciou a Maria que ela se tornaria – por ação do Espírito Santo – a mãe do Salvador. Mas logo depois de inquirir: “Como isso, se não conheço homem algum” (Lc 1, 34), Maria aceitou, em seu coração, a ação amorosa do Senhor.

“Maria foi a pessoa por meio da qual o plano de Deus para a salvação do mundo foi colocado em ação”.[2] O Espírito Santo atua e fecunda os corações virgens, que não foram maculados pelas seduções, enganos e maldades do mundo – e muito menos pelo afã de poder, de dominação temporal, de auto-suficiência, enfim, ao coração que ama ao servir na inteira gratuidade, porque crê em Deus providentíssimo.

“Uma Virgem (parthenos) conceberá e dará à luz um filho, e seu nome será Emmanuel – Deus conosco” (Mt 1, 23; Is 7, 14).

Maria foi a primeira quem acreditou no poder salvífico de Deus. Quem anteviu em seu coração o Reino das bem-aventuranças, quem amou e viveu tão profundamente as virtudes excelsas do Reino de Deus, que Jesus anunciou como “boa notícia”, em seu ministério público. Maria foi a primeira a aderir plenamente – e com grande alegria – ao que Deus ainda hoje quer para toda a humanidade: vida plena, bem-aventurada, a vida verdadeira.

As atitudes de Maria são para nós, hoje, cristãos do início deste século e novo milênio, as atitudes de quem tem consciência do que nos espera, pois ela deu testemunho do que defender e a quem defender.

Atitude do silêncio e não da omissão, nem da indiferença, mas da escuta, do respeito e da compaixão pelo outro, especialmente dos fragilizados, vítimas dos sistemas opressores do mundo. Daí que o seu Magnificat é certamente o primeiro grande Manifesto ou Declaração em defesa da vida, pois “derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos (Lc 1, 52-53).

Atitude da oração e do trabalho, de exortação e do bom conselho, de solidariedade (como na visita a sua prima Isabel), de encontro aos sofredores e aflitos (como na atitude de solidariedade nas bodas de Caná), de comunhão eclesial, como na feliz manhã de Pentecostes.

A vida de Jesus está tão intimamente ligada à de Maria, num elo de profunda comunhão espiritual. De fato, os Evangelhos nos mostram que não se chega a Jesus sem Maria, ou ainda que é possível se aproximar de Jesus e dele obter as melhores graças, por intermédio de Maria, pois ela é, de todos os santos, a santíssima intercessora por excelência. Foi assim em Caná “Fazei o que Ele disser” (Lc 2, 5), e o primeiro milagre aconteceu.

Maria – como a Igreja – é a esposa perfeita, “perita em humanidade”[3], pois “os sentimentos humanos, diversos e contraditórios, vibram na contemplação do grande evento que conjuga a pobreza de Maria com a riqueza divina”.[4] Como mulher e mãe, Maria é o paradigma da perfeição, porque nela contém todas as virtudes, em excelência. De uma grande riqueza interior, foi a que melhor compreendeu o mistério de Deus e sua força salvífica, aceitando-o plenamente e colaborando para a realização do Seu reino, a partir dos eventos históricos ocorridos nesse mundo, como sinal da presença de Deus a garantir a bem-aventurança na vida ulterior e perdurável.

Temos também a mulher de coragem, que assume a sua missão de Mãe do Salvador, correndo riscos e privações, para salvaguardar a vida da criança que lhe foi confiada. Desde o início, Maria convive com o perigo daqueles que querem tirar a vida do menino-Rei. A fuga para o Egito, no contexto da matança dos inocentes, é certamente, a imagem mais dolorosa e atualíssima daquilo que o papa São João Paulo II denunciou na sua encíclica Evangelium Vitae: “a guerra dos poderosos contra os fracos, a conjura contra a vida”.[5]

Nesse sentido está a atualidade de Maria, em meio aos grandes desafios do nosso tempo, quando a família e a própria vida humana está duramente atacada e ameaçada por forças tão poderosas. “Muitíssimo grave e preocupante o fenômeno da eliminação de tantas vidas humanas nascentes ou encaminhadas para o seu ocaso, não o é menos o fato de à própria consciência, ofuscada por tão vastos condicionalismos, lhe custar cada vez mais a perceber a distinção entre o bem e o mal, precisamente naquilo que toca o fundamental valor da vida humana”.[6]

Em meio às fragilidades em que vivemos, Maria emerge como sinal da força de Deus – que caminha conosco – e reafirma a cada instante o bem da vida para todos. Reafirma também a importância da liberdade que nos permite fazer escolhas, muitas vezes cruciais, a tomar decisões que vão definir a nossa condição na eternidade. Maria também teve o seu momento decisivo, quando foi chamada pelo Anjo Gabriel a dar sua anuência à vontade de Deus, e humilíssima, respondeu: “Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38). Assim hoje somos chamados a nos posicionarmos diante dos grandes desafios que temos pela frente, especialmente o de defender a família “santuário da vida”, e a dignidade da pessoa humana.

Há hoje em curso, em todo o mundo, uma mentalidade anti-cristã e anti-humana, crescente nos meios de comunicação, nas universidades, nos ambientes da educação e da pesquisa científica, nas empresas e instituições, enfim, intensificando na opinião pública, a “conjura contra a vida”, sem que muitos se percebam disso; um combate entre a “cultura da morte” e a “cultura da vida”, a exigir de nós, cristãos, um posicionamento que tenha como critério o espírito das bem-aventuranças. Nesse combate, Maria nos ilumina com seu santo exemplo e seu grande poder de intercessão, a discernir e a decidir pela vida, pelo bem da pessoa humana. Nesse sentido, a sua espiritualidade nos ajuda e nos encoraja a enfrentar o ceticismo, o relativismo, o hedonismo, o individualismo e tudo aquilo que se contrapõe à boa iniciativa, à responsabilidade e à solidariedade, que Maria tão bem viveu; contraponto esse que faz da Igreja, “sinal de contradição” a lutar firme pelo ser humano, e a proclamar a sua dignidade como um grande valor a ser sempre defendido. Que Maria, rainha do céu, nos proteja e nos dê a força que precisamos para prosseguirmos em nossa missão de defensores da vida, e da família, suporte da pessoa humana, para que alcancemos um dia, na glória de Deus, a vida em plenitude.

               Prof. Hermes Rodrigues Nery é Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família.

Notas:

  1. (Joseph Ratzinger, O Sal da Terra, Ed. Imago, Pág.161)
  2. (Dicionário de Mariologia, Mediadora, Pág. 871).
  3. (Pelikan, Jaroslav – Maria através dos séculos – seu papel na história da cultura, Ed. Companhia das Letras, Pág. 31).
  4. (E. Peretto, Dicionário de Espiritualidade, Verbete Magnificat, Ed. Paulus, Pág. 813)
  5. Evangelium Vitae, 12; Evangelium Vitae 4.

Ordem na casa: diferenças entre os papéis de pais e filhos

Quando vamos ornamentar uma casa sabemos que existem diversos objetos, cada um com a sua função e o seu devido lugar e que estes não se confundem, mas cada um têm a sua importância nessa ornamentação. Assim é na família; cada membro tem o seu papel particular e estes não podem se confundir, eles têm papéis distintos.

Família

A partir do momento que colocarmos Deus em primeiro lugar, todas as outras coisas se ordenam.

Existe uma “hierarquia” de deveres que precisam ser exercidos pelo pai, a mãe e na qual os filhos também têm a sua função, nisto se constrói uma ordem na casa. O pai não pode interferir naquilo que é próprio da mãe na educação dos filhos e nem a mãe pode interferir naquilo que é próprio do pai. Os filhos têm os seus pais como referência no seu desenvolvimento e a ausência desses papéis podem afetar na estrutura da personalidade do filho.

A família é o alicerce dos filhos. O pai deve tomar para si o seu dever de pai, acolher a sua responsabilidade, este que traz na sua personalidade um caráter de firmeza, autoridade nas suas decisões frente à família porque é próprio dele. O pai que também se destaca no papel de companheiro da mãe, ajudando o filho a entender como se deve tratar as mulheres, no respeito e no amor. O que é próprio, também, do pai é dizer ‘não’ quando for necessário, tanto para o filho como para a mãe. Essa é uma oportunidade de ajudar o filho a não ser guiado pelos seus próprios desejos ou pelo que a mídia diz, mas ajuda-lo a compreender as suas reais necessidades; corrigi-lo quando for necessário. O pai deve trabalhar isso em todas as fases do seu filho.

A mãe com a sua personalidade própria de mulher, que traz em si uma docilidade de coração deve ajudar os seus filhos educando-os para o amor verdadeiro, para que o filho não cresça carente de afeto e nem desorientado para a vida. Deve educa-los para a honestidade, a bondade, a retidão, o respeito com as pessoas. É no colo da mãe que o filho deve aprender a ser gentil, a ser humilde e simples. É no colo da mãe que o filho aprende a caridade, que é o amor; aprende a crescer na pureza, no caminho para responsabilidade. É a mãe que deve ajuda-lo a não crescer na desobediência, nos gestos e palavras inconvenientes. Os pais têm o dever de educar os filhos nas suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa.

Os filhos, que também têm a sua função na família de respeitar, obedecer, honrar, amar e sempre servir os seus pais, ajuda-los até mesmo no momento da velhice. Hoje, é muito urgente o testemunho dos pais dentro de casa frente à uma sociedade que constantemente está querendo destruir e acabar com a família. E você pode se perguntar: “Por onde essa destruição entra em minha casa?” Um dos grandes meios é por parte de algumas TVs, que através de novelas anti-família, vão destruindo os reais valores do “Santuário da Vida”.

É comum em muitas famílias escutarmos dos pais: “o mundo ensina, o mundo vai ensinar”. Não pais, não é o mundo quem vai ensinar os seus filhos a serem bons cidadãos, boas pessoas; mas são vocês que devem educa-los a serem pessoas honestas. Muitas famílias não conseguem construir uma ordem dentro de casa porque faltam fatores essenciais como o diálogo, o perdão, o amor, a compaixão etc..

Lutemos, famílias, para sermos igrejas domésticas que testemunham a comunhão, o perdão, o amor que brota do próprio amor de Deus. A partir do momento que colocarmos Deus em primeiro lugar, todas as outras coisas se ordenam.

Por Iury Nascimento

A IDEOLOGIA DE GÊNERO DEVE SER COMBATIDA

Por Hermes Rodrigues Nery

Sr. Presidente, Deputado Givaldo Carimbão, deputados Diego Garcia, Flavinho e demais propositores e membros da mesa.

Comissão de Educação

Agradeço pela oportunidade de participar desta importante audiência pública que a Comissão de Educação realiza na Câmara dos Deputados.  Retorno, mais uma vez a esta Casa Legislativa para contribuir no debate sobre ideologia de gênero que esta Comissão promove, de uma questão que vem se tornando cada vez mais relevante, porque trata-se de uma agenda ideologicamente equivocada, a agenda de gênero, que o governo federal vem já há alguns anos tentando implementar, uma agenda que vem de fora, de Fundações e organismos internacionais, que fere a soberania nacional e interfere na liberdade dos brasileiros, por isso que esta Comissão tem o dever de tomar conhecimento do que realmente está motivando a implantação da ideologia de gênero nas escolas, qual o significado e as consequências disso, os perigos que ela representa e o porque da sociedade estar rechaçando-a com tanta veemência. Na verdade o que está havendo é uma “perversão dos direitos humanos”1, perversão esta que desde o Relatório Kissinger, nos anos 70, se buscou “disfarçar as políticas de controle de natalidade sob a aparência de direitos humanos”2, através de uma ideologia que é a “mais radical da história”3, de falsas premissas filosóficas, a defender com obsessão a irrealidade, a argumentação ideológica de que “toda pessoa poderia construir livremente seu sexo psicológico ou gênero”4. O terrível caso dos irmãos Reimer comprovam científica e historicamente a falácia e o horror de tal ideologia. Tenho aqui o estudo científico do Prof. Massimo Gandolfini, “Genetica e neurobiologia da diferença sexual”5, apresentado em Perugia (Itália), em Congressos sobre “Identidade de Gênero – aspectos sociais, médicos, bioéticos e jurídicos”, onde ele mostra claramente as diferenças e características do cérebro humano – do homem e da mulher, confirmando empiricamente que há sim, as distinções sexuais, homem e mulher, que há distinções muito específicas  de identidade masculina e feminina, e que, de modo algum, é evidentíssimo, que estas distinções não são jamais construções sociais.

O fato é que os ideólogos dessa ignomínia oferecem primeiro “às pessoas a ilusão da autonomia absoluta em matéria sexual”6. Ilusão. “Depois disso, aqueles que detém o poder real são os que escolhem – como lhes convenha o modo como os que carecem de poder poderão exercer a sexualidade”7 Uma ideologia, portanto, que é, sim, “uma ferramenta de poder”8, que visa a dissolvição e subversão da própria identidade, com a alegação falaciosa de que “existiriam dois sexos, mas antes, muitas orientações sexuais”9; como uma nova perspectiva, com “o controle feminista da produção ideológica e cultural”10 a engendrar uma reengenharia social, com fins de manipulação e agrilhoamento da pessoa humana, em vários aspectos. “E como a meta final da revolução socialista era de eliminar não só os privilégios da classe econômica mas também a própria distinção entre classes econômicas, assim a meta da revolução feminista deve ser analogamente, diferentemente do primeiro movimento feminista, a eliminação não só do privilégio masculino, mas também da própria distinção entre os sexos”11. A ideologia de gênero, portanto, nesse sentido, visa suplantar a realidade da natureza, negando-a por uma obsessão utópica.

Esta “agenda de gênero vem de grupos ativistas, todos de certa formas inter-relacionados ou com interesses comuns, mas de alguma maneira distinguíveis: 1) controladores de população; 2) libertários sexuais; 3) ativistas dos direitos dos homossexuais; 4) os que apoiam o multiculturalismo ou promovem o politicamente correto; 5) os ambientalistas extremistas; 6) progressistas neomarxistas; 7) pós-modernistas ou desconstrucionistas. A agenda de gênero tem também o apoio de liberais influentes nos governos e de certas corporações multinacionais”12. Esta agenda de gênero é sustentada por organizações que “desfrutam de um retorno financeiro garantido e que se tornaram, no campo da sexualidade humana, uma fonte de lucro e um veículo da secularização planificada”13, e que o Estado favorece quando capitulado diante de tão vis interesses, que em nada dignificam, mas degradam a pessoa humana. “A pornografia, a droga, a prostituição, a contracepção e o aborto são indústrias organizadas”14 [favorecidas todas elas pela ideologia de gênero], “cujo capital é posto a serviço de uma ideologia, que é contra a vida humana, a família e, frequentemente, contra a Igreja Católica. Os objetivos de tais indústrias são a destruição da família e a secularização, para alcançar os meios pelos quais se toleram alguma forma de depravação e violência sexual em relação às crianças. Estas forças operam secretamente no espírito da era pós-moderna. Publicamente, ao invés, o comportamento destas estruturas (mídia, organizações, resoluções tomadas em consequência de conferências nacionais e internacionais) é de forte recusa em relação a violência sexual contra as crianças, todavia, não é por acaso que este fenômeno, nas suas formas de depravação, está em contínuo aumento”.15 Por isso as crianças são as maiores vítimas dessa terrível ideologia, as que já estão expostas a situações de abusos decorrentes do que tal ideologia permite, são as que estão mais vulneráveis e, muitas vezes, as que não tem a quem recorrer, porque, no afã de destruir a família, o Estado acaba sendo o agente opressor da família, quando deveria ser o grande defensor daquela que é a primeira e principal instituição humana.

Como hoje, quando vemos uma guerra declarada contra a família, em que as forças da cultura da morte agem com mais convergência e uma ampla gama de recursos (inclusive públicos), para com mais ousadia e até insanidade, fazer a impostação de uma ideologia contrária à humanidade, ao que é verdadeiramente humano em cada pessoa.

Com esta agenda, o governo se volta contra o povo brasileiro, que não a aceita naturalmente, mas o governo ignora o que o povo pensa e sente a respeito, e quer praticar descaradamente a doutrinação marxista-liberal do feminismo radical nas escolas, sem levar em conta o direito dos pais em educar seus filhos, agindo contra portanto a autoridade dos pais, autoridade esta que a ideologia de gênero quer minar.

As crianças como alvo da agenda de gênero

Sabemos que, como diz Dorotas Kornas-Biela, “a batalha contra a família está entre as mais graves batalhas contra o cristianismo, em particular contra os católicos. As ideologias hostis à família a descrevem como um lugar de degradação, exploração e limitação das crianças (embora certas situações se verifiquem em um pequeno percentual de famílias) e fonte de pressão, de modo que limita a autoridade dos pais em relação à prole”16. Com isso, “afastar as crianças da influência dos pais, criar antagonismo nas relações recíprocas e diminuição dos menores com os adultos de fora da família, em vista de uma compensação afetiva. Neste caso, as crianças tornam-se uma presa mais fácil para satisfazerem as tendências patológicas dos adultos. Por outro lado, sustentar modelos de relações ‘amigáveis’ entre adultos e crianças, recusando normas e a disciplina, contribui para levar um parceiro de relações sexuais, favorecendo a criação de relações com a criança às relações como um parceiro erótico”17. As crianças portanto, como dissemos, são o alvo desta agenda de gênero, e precisamos protege-las disso.

O governo da presidente Dilma Roussef, de modo mais intenso, está buscando impor esta agenda, sob todas as formas, e se utilizando de todos os meios, com afoiteza e celeridade cada vez maior, com a cumplicidade e apoio de muitas OnGs financiadas tanto pelo governo, quanto pelas Fundações internacionais, para a imposição da ideologia de gênero, que “falseia a linguagem, a ponto de o menos advertido, mesmo o intelectual, e antes de tudo a opinião comum da grande massa, já não perceber a perversidade que é aí insinuada”18. O fato é que, em meio a esta guerra cultural, as feministas não foram capazes da “modificação do modelo masculino”19, que elas se insurgiram com tanta virulência, nem atingir pela persuasão a maioria das pessoas, que sempre viu com muita desconfiança e desaprovação tais propostas, restritas apenas a uma “minoria sofisticada”20, a minoria anarcofeminista (aliada aos marxistas – pois Engels lançou as bases de união entre marxismo e feminismo), que tratou portanto de ocupar postos de decisões, em todos os campos da sociedade (na grande imprensa, nas universidades, nos parlamentos e instâncias judiciárias), para transgredir sem temeridade alguma e com volúpia incomensurável.

Uma das consequências da subversão da identidade sexual pela ideologia de gênero foi fomentar uma androginia artificial para combalir a virilidade alicerce dos valores civilizacionais, num ataque sem precedentes contra todo o vigor do que é natural e humano, comprometendo assim o vir-a-ser de cada pessoa, e a sua verdadeira felicidade. A ideologia de gênero faz resultar assim uma sociedade debilitada (como já vimos aonde foi implantada, em países desenvolvidos, que hoje buscam, em decorrência da ideologia de gênero, rever e repudiar tal ideologia, pois as instituições capitularam, tornando-se flácidas e incapazes de vigências morais, não fecundando mais valores vitais. Uma sociedade com tibiezas cada vez mais acentuadas. Por conta disso, viu-se esterilizada, em todos os aspectos, em crescente depressão e angústia, com patologias incontáveis (é só ver o exemplo dos países desenvolvidos), com aquela falta de sentido (de direção) que a leva a uma agudeza do absurdo, em muitos aspectos. E até mesmo o desejo falha, sem saber como se erguer em meio a uma impotência generalizada. É a essa falta de esbelteza que a ideologia de gênero, ao dessacralizar as relações humanas, quer privar as sociedades daquilo que outrora as fizeram civilizar o mundo.

“De um povo heroico, o brado retumbante”

Já no PNDH3, em 2009, no governo Lula, se dizia que todos os Ministérios e órgãos do governo estariam mobilizados para isso, para a implantação desta agenda antivida e antifamília, esforço este que seria não apenas uma política de governo, mas uma política de Estado, como no nazismo se desejou fazer. O III Reich também quis que sua política insana fosse duradoura, e soçobrou em apenas doze anos. No PNDH3 se disse  também que caberia ao Ministério da Educação o protagonismo desta articulação, para enfiar goela abaixo estas pautas da agenda de gênero. Tudo isso num contexto de uma crise política e moral provocada pelo próprio governo, para criar um ambiente favorável ao seu projeto de poder totalitário, porque esta ideologia, juntamente com outras iniciativas do governo, quer conduzir o Brasil a um regime totalitário.

Sabemos que “as ideologias amiúde são fontes de totalitarismo. Elas imaginam que os direitos tem por fonte o poder do Estado e que é o Estado que concede à família seus direitos; elas tendem a ver na família, fundada sobre o matrimônio, um obstáculo. De modo concreto, as ideologias recusam reconhecer à família, o direito de educar, direito de que é arbitrariamente assumido e imposto pelo Estado. Tenta-se então subtrair as crianças e os jovens ao contexto familiar, enquanto são ‘educados’ em função daquilo que quer o poder”21, que entende imprimir-lhes seu próprio modelo, ao qual devem-se configurar. É a habitual tentação na qual caem sempre as várias formas de coletivismo”. Isso é totalitarismo. Por isso, na resistência a isso, cresce a importância do homeschooling (e menciono aqui também o importante trabalho da Escola Sem Partido, nesse sentido de erradicar a doutrinação ideológica nas escolas), assim como outras iniciativas que buscam evitar a subjugação das mentes ao comportamento decorrente de uma lavagem cerebral, que tal ideologia propicia, no afã de destruir a base familiar, suporte da pessoa humana.

Nesse sentido, cabe lembrar a advertência do Papa Leão XIII, de feliz memória: “Querer, pois, que o poder civil invada arbitrariamente o santuário da família, é um erro grave e funesto”22. Sempre foi assim, ao longo da História: no conflito entre natureza e cultura, vence a natureza, porque “não se pode alcançar a liberdade para além dos limites da própria natureza”23, e a cultura “deve responder adequadamente à natureza”24.

E mais:

No conflito entre família e o Estado, vence a família, como já havia demonstrado Sófocles, em Antígona e Creonte.

Por isso o povo está nas ruas, não apenas contra a corrupção que vergonhosamente chegou a níveis como nunca antes na história deste País, mas para se posicionar contra também a esta agenda de gênero inumana, que se volta contra o Brasil; daí, mais uma vez, estamos vendo vir das ruas, “de um povo heroico, o brado retumbante25, alto e em bom som, dizendo não à ideologia de gênero. Assim fizeram os deputados nesta Casa de Leis, ao rechaçá-la de modo esplêndido, no Plano Nacional de Educação, e ainda mais recentemente, em inúmeras Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas, se manifestando com valentia e tenacidade, agregando cada vez mais apoiadores, principalmente nas redes sociais, para que todos possam ouvir este brado retumbante em defesa da vida e da família.

Muito obrigado.

Este foi o pronunciamento do Prof. Hermes Rodrigues Nery, Presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e Coordenador do Movimento Legislação e Vida, na Câmara dos Deputados,  em audiência pública sobre a questão da ideologia de gênero nas escolas, realizada na Comissão de Educação, em 10 de novembro de 2015. Clique aqui para assistir no YouTube.

Notas:

  1. SANAHUJA, Juan Cláudio, Poder Global e Religião Universal, p. 39, Ecclesiae, Campinas, 2012.
  2. Ib. pp. 28-29.
  3. SCALA, Jorge, Ideologia de Gênero – O neototalitarismo e a morte da família, p. 11, Ed. Katechesis, São Paulo, 2011.
  4. Ib. p. 14.
  5. GANDOLFINI, Massimo, Genetica e neurobiologia dela differenza sessuale”, pp. 1-7, incluído no livro “Identità di Genere – Aspetti social, medici, bioetici e giuridici”, Atti del X CongressoNazionale SIBCE, Perugia, 25-26 novembre 2011, a cura di Francesco Gallo, Petruzzi Editore, Perugia, Italia,, 2013.
  6. SCALA, Jorge, Ideologia de Gênero – O neototalitarismo e a morte da família, p. 15, Ed. Katechesis, São Paulo, 2011.
  7. Ibidem.
  8. Ib. p. 11.
  9. REVOREDO, Oscar Alzamora, Ideologia de Gênero: Perigos e Alcance, Léxicon – termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 496; Edições CNBB, 2007.
  10. Ib. p. 497.
  11. Ib. p. 496.
  12.   SCALA, Jorge, Ideologia de Gênero – O neototalitarismo e a morte da família, p. 17, Ed. Katechesis, São Paulo, 2011.
  13.   KORNAS-BIELA, Dorotas, Direitos da criança, violência e exploração sexual, Léxicon, termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 209, Edições CNBB, 2007. 
  14. Ibidem.
  15. Ib. pp. 209-210.
  16. Ib. 219.
  17. Ib. pp. 219-220.
  18. AGNELO, Cardeal Geraldo Majella, Apresentação da Edição Brasileira, Léxicon, termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 19, Edições CNBB, 2007. 
  19. BADINTER, Élisabeth, O Indivíduio e a Sociedade, incluído no livro “A Sociedade – Entrevistas do Le Monde, p. 21, Editora Ática, São Paulo, 1989.
  20. Ibidem.
  21. Ib.
  22. TRUJILLO, Cardeal Alfonso López, Léxicon, termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 407, Edições CNBB, 2007. 
  23. BURGGRAF, Jutta, Léxicon, termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas, Pontifício Conselho para a Família, p. 460, Edições CNBB, 2007.   
  24. Ibidem.
  25. Hino Nacional [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/hino.htm]

Todo cuidado é pouco!

ideologia31848187Precisamos estar muito atentos ao que ouvimos e assistimos e buscar investigar a realidade dos fatos. Não podemos ser católicos “alienados”…

O amigo Padre José Eduardo, de Osasco – SP, grande defensor da família e da vida, denunciou uma trama sorrateira que vem fazendo ultimamente um canal de televisão, propagando ostensivamente a homossexualidade, com uma conotação emocional.

Padre José Eduardo colocou muito bem essa questão em seu perfil no facebook neste domingo (01/11/2015). Transcrevo aqui o seu texto:

“O Fantástico – o Show de Vida, pela terceira semana consecutiva apresenta uma matéria em que prognostica a desconstrução da família como um futuro viável para o nosso país. Segundo a reportagem, a tal “Geração Y”, criará um país “com mais liberdade de gênero, com a possibilidade de acreditar em Deus sem acreditar numa instituição, de famílias menores, talvez não tão rígidas em termos de estruturas”. Interessante é que, por outro lado, os próprios “progressistas” vivem reclamando da “ofensiva conservadora” por parte da juventude”.

O Programa citado pelo Pe. José Eduardo cita uma pesquisa, muito suspeita a crítica, em que diz que se concluiu que cerca de 33,8 % de rapazes e 22,4% de moças são homossexuais ou bissexuais. A Reportagem não indica em que condições essa pesquisa foi feita, que universo de jovens cobriu, etc. Ora, quem já estudou estatística sabe muito bem que um erro na coleta das amostras de uma pesquisa pode causar erros enormes no seu resultado. É muito fácil fazer uma “pesquisa” estatística com o objetivo de obter determinado resultado que se deseja, ao invés de se mostrar a realidade. Os dados desta pesquisa não batem com o de alguns Institutos famosos de pesquisa.

1 – De acordo com uma pesquisa do conceituado Instituto Gallup, os americanos pensavam que 25 por cento da população era homossexual, enquanto que aqueles com idade entre 18-29 anos apresentavam um número de cerca de 30 por cento. A realidade é que menos de 2 (dois) por cento da população é gay (ou seja, menos de uma em 50 pessoas), e muitos líderes gays sabem que isso é verdade. (Traduzido do artigo da revista Charisma: Gays Are 1 in 50, Not 1 in 4 )

2 – Outro dado: De acordo com o oficial “U.S. Centers for Disease Control”, os homossexuais constituem apenas 2% da população americana, mas só os de sexo masculino são responsáveis por 61% dos novos casos de infecção por HIV em todo o país. Desde 2006, a cada ano são registrados 50.000 novos casos, 27 % dos quais de homens entre 13 e 29 anos de idade. O estudo também revelou que pelo menos 20% dos homossexuais são portadores da doença mortal, sendo que a metade deles não sabe que já a contraiu.

Outros fatos mostram os riscos da prática homossexual.

O estudo de um perito da Universidade do Texas (Estados Unidos) demonstrou que as crianças criadas por casais homossexuais enfrentam maiores dificuldades quando se tornam adultos, que aqueles criados por uma família estável constituída por um homem e uma mulher. O autor do trabalho científico, Mark Regnerus, disse ao grupo ACI, no dia 12 de junho, que a sua pesquisa revela “diferenças estatísticas significativas entre adultos que foram criados na sua infância com uma mãe que teve uma relação homossexual e aqueles que disseram que sua mãe e seu pai biológico estavam, e ainda estão, casados”. (WASHINGTON DC, 14 Jun. 12 (ACI/EWTN Noticias) .-)

O francês Jean-Dominique Bunel, publicou no site italiano Tempi.it, o seguinte: “Não foi o tabu da homossexualidade a me dar sofrimento, mas ter pais do mesmo sexo”. Essas são as palavras dramáticas de quem cresceu com duas mulheres lésbicas e se opôs publicamente à lei do governo holandês sobre o casamento e adoção por pares homossexuais, porque viveu esta experiência.[2]

São enormes os prejuízos da prática homossexual, vejamos alguns casos bem documentado pela imprensa.

1 – O Jornal O Globo (27/03/2008) noticiou que “o Ministério da Saúde lançou um programa para tentar reduzir a incidência da Aids entre jovens homossexuais – grupo no qual a doença tem avançado”. Em 1996, dos jovens de 13 a 24 anos com Aids, 24% eram homossexuais; em 2006, o percentual subiu para 41%. “.

2 – “Homossexualidade reduz mais anos de vida que hábito de fumar”. Recentes estudos demonstram que o hábito de fumar reduz a esperança de vida de uma pessoa entre 1 e 7 anos; enquanto que a conduta homossexual na Noruega e Dinamarca a diminui em até 24 anos. Assim afirmaram os doutores Paul e Kirk Cameron na convenção anual da “Eastern Psychological Association” (EPA). (www. acidigital.com. FILADELFIA, 11 Abr. 2007)

Pergunta o Dr. Paul Cameron, que pertence ao “Family Research Institute”: “Que justificação existe para condenar o hábito de fumar e aceitar a homossexualidade? Hoje, em todo mundo ocidental, as crianças no colégio aprendem que devem aceitar a homossexualidade e rechaçar o tabaco”.

Na Dinamarca, o país com a mais longa história quanto ao “matrimônio” homossexual se referem, entre 1990 e 2002, os homens heterossexuais casados morriam à idade média de 74 anos, enquanto que 561 casais de homossexuais homens “casados” morreram à idade média de 51 anos. Na Noruega, os heterossexuais casados morriam aos 77, em média; enquanto que os homossexuais morriam aos 52. No caso das mulheres a diferença é similar: casadas morriam em média aos 78, enquanto que as mulheres em união homossexual legalizada morriam aos 56.

“A consistência da redução na esperança de vida para quem vive a homossexualidade é significativa”, explica o Dr. Cameron. “O mesmo patrão de morte precoce pode ver se olharmos os obituários nos Estados Unidos. Dada a grande redução da esperança de vida nos homossexuais, as escolas deveriam advertir de maneira forte e consistentemente às crianças inclusive mais do que se faz com o tabaco. As escolas que estão introduzindo um curriculum pró-gay precisam voltar a pensar suas prioridades”, concluiu o especialista”.

Apesar do que foi mostrado acima, há uma pressão violenta sobre a sociedade para aceitar e aprovar a prática homossexual, de modo a ser taxado de atrasado e homofóbico quem não aceite entrar nesta onda. Já há cartórios que eliminaram as palavras “pai e mãe” nas certidões de nascimento, trocando por “genitor 1 e 2” [3].

Aos católicos cabe viver segundo a lei de Deus e os ensinamentos da Igreja. Ela nos ensina que a tendência homossexual não é pecado, mas que a prática homossexual é “depravação grave” (Catecismo, n.2357). Em nome de Deus, e em defesa da família por Ele constituída, temos de fazer frente a esta onda muito bem orquestrada e financiada. Jesus disse que aqueles que o negarem diante dos homens, Ele o negará diante dos anjos de Deus.

Prof. Felipe Aquino

[1] http://www.cdc.gov/nchhstp/newsroom/HIVIncidencePressRelease.html

Para mais informações, veja : www.cdc.gov/hiv. CDC analysis in the journal PLoS One: http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0017502.

[2] http://www.aleteia.org/pt/religiao/noticias/criancas-criadas-por-pares-homossexuais-testemunho-de-sofrimento-5899136289210368.

[3]http://blogdotony.com.br/pt-quer-tirar-nome-do-pai-e-da-mae-das-certidoes/